Vamos conversar sobre História da Arte?
Se você abriu esse texto é porque se interessa pelo tema assim como eu. Lembro que comecei a me interessar por esse assunto no último ano do Ensino Médio. Eu tive um professor maravilhoso de Literatura e suas aulas sobre o Modernismo Brasileiro incluíram muitas conversas e aprendizados sobre o movimento também nas artes visuais. Durante minha graduação, cheguei a fazer uma carga horária de optativas maior que a exigida só para fazer Arte Contemporânea e História da Arte I e II.
Então tive a ideia de reunir indicações de conteúdos e fazer uma lista para compartilhar aqui no Revo Space. 🙂
A Gabi, que é a produtora executiva do Topia Art Experience, indicou:
História da Arte: É um livro, escrito por Gombrich. “Leitores de todos os tempos e das mais diversas origens encontram em Ernst Gombrich um verdadeiro mestre, que combina o conhecimento e a sabedoria a um talento excepcional para comunicar seu profundo amor pelas obras de arte que descreve. A História da Arte deve sua duradoura popularidade à objetividade e simplicidade do texto, sem mencionar a habilidade do autor para apresentar uma narrativa fluente. Ele descreve como sendo seu objetivo trazer alguma ordem compreensível à riqueza de nomes, períodos e estilos que preenchem as páginas com as obras mais ambiciosas. Além disso, Gombrich usa sua percepção da psicologia das artes visuais para nos fazer ver a história da arte como uma tela contínua e uma mudança de tradições, em que cada obra reflete o passado e aponta para o futuro.”
Ela também recomenda o @arinoert no Twitter e para Arte Contemporânea, o canal do MoMA (Museum of Modern Art). E qualquer obra de Giulio Carlo Argan. Pesquisei e há um mais incrível o outro:
- Arte Moderna
- História da Arte Italiana (volumes 1, 2 e 3)
- Imagem e persuasão
- História Da Arte Como História Da Cidade
- Guia de História da Arte
A lista de indicações dela finaliza com um app que se chama Daily Art - Uma dose diária de história da arte. “Inspire-se diariamente por obras de arte clássicas, modernas e contemporâneas e leia pequenos textos sobre elas”, explica o texto sobre o aplicativo.
Já a Natasha, social media da Escola Revolution, incluiu na sua lista o Museu The National Gallery (faz vídeos maravilhosos sobre artistas clássicos e tem algumas séries específicas focadas em História da Arte). E a Peixe, uma das fundadoras da Revo e da Fish Films, disse que que o insta do Louvre é perfeito e recomenda o Canal Vivi eu vi.
E por último, as minhas recomendações pessoais são essas aqui:
Tudo Sobre Arte: É um livro que é meio uma enciclopédia de Arte. Engloba resumos de todos os movimentos e tem fotografias de muitas obras. Gosto de ter ele por perto para ver alguma informação de forma rápida.
História da Beleza: É um livro escrito por Umberto Eco. Foi uma das referências de uma disciplina que fiz na faculdade, chamada Iconologia da Arte. O autor usa obras de arte e quadros comparativos em linhas cronológicas para mostrar como o conceito de beleza foi mudando ao longo da História. “Recorrendo a imagens de centenas de obras-primas e a uma vasta antologia de textos - de Pitágoras até os nossos dias –, Eco investiga as múltiplas ideias de Beleza expressadas e discutidas da Grécia antiga até hoje, traçando paralelos que podem parecer um tanto inusitados, como, por exemplo, entre a nudez da Vênus de Millo, do século II A.C., com a da modelo Monica Bellucci, num calendário da Pirelli; ou entre o corpo atlético do Apolo do Belvedere, exibido no Musei Vaticani, em Roma, e os bíceps anabolizados de Arnold Schwarzenegger no filme Comando”.
Isso é arte?: É um livro sobre os movimentos mais recentes de arte, escrito pelo editor de artes da BBC, Will Gompertz. Ele tem uma escrita bem envolvente e não pretende ser uma obra acadêmica. O autor marca a linha cronológica de 150 anos de arte, sem se prender a ela e sem ser estático, ao contrário é dinâmico ao relacionar os períodos e as obras.
“Estive em casas de artistas e examinei as coleções particulares de ricos, percorri ateliês de conservação e assisti a leilões multimilionários. Mergulhei na arte moderna. Comecei não sabendo nada e saí sabendo alguma coisa. Há muito mais para aprender, mas espero que o pouco que consegui absorver e reter seja útil ao leitor em algum grau, ampliando sua apreciação e conhecimento da arte moderna. Ela é, como descobri, um dos grandes prazeres da vida.”
Will Gompertz
Por que não houveram grandes mulheres artistas?: Ensaio escrito por Linda Nochlin em 1971, é considerado um dos principais textos sobre as mulheres na História da Arte e sobre perspectivas para as mulheres na produção artística. Ela discute hipóteses levantando o contexto social de grandes artistas como Picasso, Rafael, Michelangelo e etc. Também questiona o conceito de genialidade e levanta a necessidade de fomentar o acesso à criação, ao estudo e desenvolvimento das artistas mulheres no nosso tempo. O ensaio é extremamente relevante, pois trouxe um novo olhar para as pesquisas históricas e historiográficas da arte, a partir de um argumento feminista.
“Porém, na realidade, como todos sabemos, as coisas como estão e como estiveram, nas artes, bem como em centenas de outras áreas, são entediantes, opressivas e desestimulantes para todos aqueles que, como as mulheres, não tiveram a sorte de nascer brancos, preferencialmente classe média e acima de tudo homens. A culpa não está nos astros, em nossos hormônios, nos nossos ciclos menstruais ou em nosso vazio interior, mas sim em nossas instituições e em nossa educação, entendida como tudo o que acontece no momento que entramos nesse mundo cheio de significados, símbolos, signos e sinais. Na verdade, o milagre é, dadas as esmagadoras chances contra as mulheres ou negros, que muitos destes ainda tenham conseguido alcançar absoluta excelência em territórios de prerrogativa masculina e branca como a ciência, a política e as artes.”
Linda Nochlin
Beltracchi - A arte da falsificação: É um documentário sobre um artista alemão que estudou os principais mestres da arte e literalmente “copiou” suas pinceladas e obras a partir de suas biografias. Ele afirma que ainda hoje existem nos grandes museus algumas de suas obras criadas/copiadas e que ainda não foram descobertas.
Grupo de Bagé: É um documentário que fala sobre um movimento importante das artes visuais na cidade onde nasci, na fronteira com o Uruguai. Quatro amigos amantes da gravura e da pintura começaram a se reunir e com isso fundaram um clube (hoje virou um museu!). Com o passar do tempo, construíram um jeito muito característico de fazer arte. Incluí o documentário, dirigido por Zeca Brito, porque eram artistas que não tinham acesso ao que era produzido fora do Rio Grande do Sul na época, longe de todo o mercado da arte e que ao se unirem para estudarem e criarem, fizeram coisas inspiradoras!
Arquitetura da Destruição: É um documentário que fala sobre a relação com a arte e a estética durante o nazismo e o surgimento do conceito de arte degenerada. O diretor Peter Cohen nos apresenta Hitler como um arquiteto e pintor frustrado, que não foi aceito na Academia de Artes de Viena, ocasionando sua obsessão pela Antiguidade Clássica. Aborda ainda o impacto que as ações desse período tiveram para a História da Arte, com obras roubadas e destruídas (algumas que seguem desaparecidas até hoje). Se você se interessou, há dois filmes que abordam essa temática: “Caçadores de Obras-Primas” e “A dama dourada”.
História da Arte no Brasil: O Itaú Cultural realizou recentemente uma série de 10 aulas sobre a História da Arte no Brasil (tudo lá no canal da instituição no YouTube). Eles reuniram um repertório brasileiro que não é tão comum de achar, mesmo academicamente falando. É altamente recomendável! Me fez refletir muito sobre a nossa arte.
Google Arts & Culture: É um projeto do Google em colaboração com vários museus e galerias de arte ao redor do mundo. É possível acessar obras raras (em alta definição) e olhando o mapa por cidades dá para visualizar o número de museus catalogados pelo serviço. Uma dica bem legal é que você pode tirar uma selfie e o app localiza obras semelhantes a você. E um spoiler: você consegue ver MUITO de perto as pinceladas de cada artista!
E se você ainda não viu A História da Arte Contada Para Artistas, palestra de abertura do Topia Art Experience em 2019, corre lá no nosso canal para assistir esse conteúdo I-N-C-R-Í-V-E-L com o mestre Rafa Souza.
Espero que essa lista te inspire a estudar e criar ainda mais!
Tem mais algum item que você incluiria na lista?
Quão importante tem sido estudar História da Arte na sua caminhada de artista?
Comentários 2
Ai que perfeito!
Arquitetura da destruição é um documentário fantástico.
O livro do Gombrich mora na minha cabeceira.
<3