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6 dicas para se livrar do bloqueio criativo

Elijah Enes
Publicado em
21 de junho de 2021

Ninguém suporta ter que enfrentar um bloqueio criativo, principalmente quando você precisa terminar uma tarefa urgente. Mas se eu te disser que essa maldição do Universo não é tudo aquilo e que ela pode ser evitada, você acreditaria em mim?

Calma, calma, eu sei que é terrível. Eu estive lá. Você está em um lindo dia, planos prontos, com os preparativos para ter um cronograma ideal de criação de obra-prima após obra-prima. E então, do nada, como se seu cérebro tivesse colocado uma parede de concreto no caminho, BAM!, bloqueio criativo in your face. Você não estava pronto para isso. Você não sabia que isso poderia acontecer.

Está tudo bem. Ter bloqueios criativos é algo tão normal quanto sentir vontade de ir ao banheiro; você vai, alguma hora, passar por isso. E assim como ir ao banheiro, o certo é passar pelo processo para resolvê-lo. Afinal, você sabe por que sofremos de bloqueio criativo? Deixa só eu te dar uma palhinha...

  • Perfeccionismo
  • Excesso de trabalho
  • Falta de repertório
  • Exaustão física ou mental
  • Medo de falhar
  • Procrastinação
  • Estresse
  • Distrações

Ah, até que a lista não foi tão longa, vai.

Como você pode ver, são por motivos simples e comuns que um bloqueio criativo se forma. Eu tenho certeza de que você passou por pelo menos duas ou mais das situações citadas acima. Quem nunca procrastinou ou teve medo de que a ideia finalizada não fosse tão boa quanto a idealizada em nossas mentes?

Mas chega de dor, pois hoje você vai sair daqui com todas as armas mortais para usar contra o bloqueio criativo. Assim você vai ter certeza de que, na próxima vez que vocês se encontrarem, ele vai sair com mais dano do que você.

Prontos? Em seus lugares... Valendo!

Spoilers dos tópicos pros impacientes:

  1. Aproveite os boosts de energia
  2. Respeite seus processos
  3. Não force a ideia goela abaixo
  4. Feedback é tudo de bom
  5. Lembre-se: inspiração não é tudo
  6. Feito é sempre melhor que perfeito

1. Aproveite os boosts de energia

Ok, esse aqui é quase um cheat, mas é uma dica válida mesmo assim. Sabe aqueles momentos de epifania criativa em que você se senta na frente do computador e quer fazer tudo de uma vez só? Talvez seja ansiedade, claro, mas eu chamo de boost de energia. É aquele momento em que você usa o nitro, quando você dá aquele sprint (quantas palavras em inglês, valha), quando você explora ao máximo a energia que está sentindo para fazer o que quer que queira fazer.

FAZ A IDEIA! RÁPIDO! AAAAAAAAAAAAA--

Você teve uma ideia e quer fazer ela imediatamente? Faça. Por que não, aliás? Por que esperar a vontade passar para fazê-la? Claro que nem sempre você vai poder fazer a ideia quando ela surge na cabeça, até porque às vezes isso acontece durante o trabalho ou de madrugada. Mas se você tiver a oportunidade, se divirta: por algum motivo, o Universo te deu a inspiração e seu corpo gerou os hormônios necessários para a atividade. Sempre que possível, aproveite esses boosts de energia; você vai ver como a ideia sair mais naturalmente para o papel.

2. Respeite os processos

Agora imagine o seguinte: você é um compositor musical e teve a ideia de fazer um refrão. Você teve um boost de energia, então quer fazer a música toda de uma vez só, só que você só sente vontade de fazer o refrão nesse momento. Então, como você é uma pessoa metódica, você segura as rédeas da inspiração para fazer todo o processo de criar a música. Cria a primeira estrofe e o pré-refrão antes de fazer o refrão. E quando chega na hora de fazer o refrão, que foi o que te deixou inspirado pra começar, toda a energia já foi embora.

Talvez tenha ficado confuso, mas é como se você tivesse imaginado uma cena de um filme de animação, e você quer fazer essa cena, mas ela faz parte da metade do filme, e para chegar até ela, você sente que precisa fazer todas as cenas que antecedem aquela que você quer fazer. Você não precisa ser tão pautado, meu anjo. Por que seguir os processos quando eles são apenas uma convenção?

Se você tem a oportunidade de trabalhar no projeto da forma como quiser, então se lembre de respeitar os seus processos naturais. A mente humana não funciona de uma forma tão linear e organizada como esperamos. Quando se trata de tirar a ideia da cabeça, faça o necessário para que ela aconteça, não importa se o método não foi aprovado pelo Vaticano!

3. Não force a ideia goela abaixo

Há quanto tempo você está desenvolvendo essa ideia? Duas semanas? Seis meses? Cinco anos? Tenho uma triste notícia para te dar, Revolucho. Talvez seja melhor deixar o conceito de lado.

Eu sei que dói deixar ideias para trás, principalmente quando nunca vamos saber como elas serão quando estiverem finalizadas, mas às vezes nós nos apegamos a alguns projetos de formas desnecessárias. Já tive que deixar muitos projetos no passado, e é deprimente no começo, porque você abandona todo o potencial que a ideia tinha dentro da sua cabeça. Mas que culpa você tem se, mesmo depois de tanto tempo, ela nunca foi finalizada?

Aqui você pode cuspir no prato que comeu, tá tudo bem.

Por isso, nunca force uma ideia goela abaixo. Lembre-se sempre de questionar por que você está fazendo o que está fazendo. É por mérito? É por prestígio? Ou é porque isso vai te levar para um outro nível criativo e você realmente vê futuro? De qualquer forma, sempre priorize as ideias que dão certo. Assim você não vai perder tanto tempo numa ideia que nunca vai estar pronta.

4. Feedback é tudo de bom

Lembro desse documentário do Metallica que eu tinha assistido e o baterista estava comentando sobre a abstração das músicas em si. “Quando um álbum começa? Quando um álbum termina?”, ele ficou perguntando, e eu achei interessante o fato dele ter esses questionamentos. Porque, para mim, principalmente dentro de uma indústria como a da música, os processos são bem claros e definidos. Mas não é que ele estava certo?

É difícil de dizer quando uma ideia está pronta ou não. Às vezes eu nunca sei se o projeto que fiz está bom o suficiente ou se ainda posso melhorá-lo. E se você pensar assim, as ideias nunca vão ficar definitivamente prontas! É nesse instante em que a melhor saída é trazer um olhar externo para avaliação.

“Ficou ótimo, amiga.”

Feedback pode ser assustador, porque é como se as pessoas estivessem olhando através de nossos pensamentos mais íntimos quando elas veem nossas ideias, mas acredite. É pro seu bem. Alguém que não estava pensando no projeto pelos últimos dias vai conseguir apontar o que funciona e o que não funciona na sua ideia, e talvez ela possa ser a pessoa a dizer quando um projeto está pronto ou não.

5. Lembre-se: inspiração não é tudo

Eu sei o que eu disse no começo sobre aproveitar os boosts de energia, e sim, eu realmente acredito que vale a pena tirar tudo da inspiração quando ela aparece. Mas às vezes você vai precisar desenvolver alguma ideia e a inspiração não vai estar do seu lado, passando a mão na sua cabeça, quando você precisar. Então como a gente cria nesses momentos?

É muito fácil de se iludir com a ideia de que inspiração é como um fenômeno divino premeditado, que desceu sobre você por um propósito, mas inspiração não é tudo. Nós superestimamos a inspiração quando não temos habilidade o suficiente para fazer aquilo que queremos quando quisermos. Melhor do que ficar a semana toda sentado, esperando a vontade aparecer, é ir aprender como se faz (acredite: eu já tentei esperar para criar e não deu certo). Estudar e melhorar.

A regra aqui é se lembrar de que você pode ser um artista melhor do que a inspiração. E quando você chegar nesse nível, vai admirar o quanto aprendeu ao longo do tempo!

6. Feito é sempre melhor que perfeito

Sim, é frustrante se sentar para fazer a ideia e não ficar satisfeito com o resultado final. A gente fica se perguntando como dá para melhorar cada linha, cada traço colocado, e nessa obsessão por perfeição, é difícil de se satisfazer com o que foi feito até então. Mas quer saber? Não importa se o seu desenho não é algo que vai deixar o Glen Keane de boca aberta. Não importa se o seu roteiro não vai fazer o Aaron Sorkin chorar de joelhos. Dificilmente criamos obras-primas de primeira.

Feito é sempre melhor que perfeito, porque, pelo menos, você tentou. É mais importante sintetizar todas as ideias que estão na sua mente, entender o que você está pensando, o que você quer. E então, depois, a gente começa a retomar, a mexer, a melhorar. Como você vai consertar algo que ainda não existe?

Bloqueios criativos são como aquele tio chato que aparece no churrasco e com quem você tem que lidar só porque é família. Infelizmente, você não pode fazer nada sobre sua chegada. Você não pode impedi-lo de passar pelo portão. Mas você pode se preparar para enfrentar as piadinhas e os comentários, e sempre ter em mente de que ele vai embora alguma hora. Ele sempre vai embora.

E, algum dia, quando você olhar para trás, vai achar engraçado como aprendeu tanto todas as vezes que superou um bloqueio criativo. Já imaginou como Da Vinci se sentia às vezes?

Tem um episódio do Auautoral perfeito para você assistir e que fala sobre esse assunto, e ele está bem aqui.

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