#pintura digital

O que é Pintura Digital?

Julia Eiko
Publicado em
26 de maio de 2020

Sumário

Para que as coisas não fiquem muito confusas, também reorganizamos o nosso sumário. Para ir até a sessão desejada, basta clicar sobre o título.

  • O que é Pintura Digital?
  • Fundamentos da Pintura Digital
  • Pincéis de Estilos de Pinceladas

  • Edges (bordas)
  • Aplicação no Mercado
  • Softwares

O que é a Pintura Digital?

Ao falarmos sobre algo com o termo digital no nome, é necessário entender primeiro o que a palavra que o precede significa. Neste caso: O que é pintura?

Segundo o site Brasil Escola: “A pintura é uma técnica que utiliza pigmentos em forma líquida para colorir uma superfície, atribuindo tons e texturas; esta superfície pode ser tela, papel ou parede”. Com a Pintura Digital não é tão diferente! O computador é nosso suporte, o programa é nossa tela e a mesa digitalizadora (ou o mouse) é o nosso pincel.

Para César Rosolino, ilustrador, concept artist e responsável pela linda arte acima, “podemos entender a pintura digital como imagens criadas digitalmente, seja pelo computador, celular ou tablet, usando softwares que fornecem ferramentas para essa criação”.

Até aí nada de muito novo, certo? Provavelmente você já sabia de tudo isso! Então vamos seguir deste ponto e começar a trabalhar quais são as bases e fundamentos da Pintura Digital.

Ah, antes de continuarmos é importante deixar claro que dentro da pintura existem duas maneiras de se representar algo: De forma figurativa, que se baseia ou representa algo real, ou de forma abstrata, que não é representativa.
Nessa matéria, em específico, vamos trabalhar apenas com a arte figurativa.

Fundamentos da Pintura Digital

Pense nesta parte como a base da construção de uma casa. Dentro da pintura digital, podemos chamar essas bases de fundamentos. Eles são importantes para que a sua obra tenha uma boa qualidade. Vamos trabalhar com quatro fundamentos principais:

- Observação
- Desenho e Estrutura
- Materiais
- Criatividade

Observação
A observação aparece como o primeiro fundamento pois é essencial para quem quer trabalhar nesta área. Se quero pintar uma paisagem, preciso saber observa-lá, interpretar o que estou vendo e então passar isso para o papel, tela ou tablet.

No caso de uma pintura com personagens e cenários invetados, podemos dizer que a observação funciona mais ou menos da mesma forma. Ela é importante para que tenhamos uma base de como as coisas funcionariam caso existissem no mundo real. Por isso, exercitar e praticar a observação é muito importante!

Desenho e Estrutura
Eis aqui um ponto muito importante! Se você pegar um pincel muito fino e fizer linhas em uma tela, você está desenhando ou pintando? A realidade é que existe uma linha muito tênue entre as duas coisas, principalmente quando estamos falando em pintura digital. Mas vamos tentar esclarecer um pouco as coisas.

O que difere o desenho da pintura é a técnica de cada um. Em linhas gerais (e totalmente tradicionais), o desenho é a técnica de marcar uma superfície representando algo através de linhas, pontos e sombreamento. E a pintura, como já vimos, é a técnica de colorir uma superfície com pigmentos líquidos. Na pintura digital, podemos chamar de desenho o processo de começar a criar ou reproduzir algo que está sendo observado, esboçando as primeiras linhas ou massas de pinturas para depois iniciar a pintura em si.

Processo de criação da pintura da personagem Teysa, Envoy of Ghosts, feita pela Karla Ortiz para o jogo Dragon's Maze

Atenção: Quando falamos de pintura podemos tanto falar em Linhas (desenho) ou Massas, que nada mais são do que formas geradas pelas pinceladas, sendo geralmente mais grossas que as linhas em si, permitindo a construção de uma imagem como um grande quebra-cabeça.

É importante reforçar que dentro das técnicas de desenho, existem conceitos essenciais que devem ser estudados e dominados, pois eles ajudam muito a fortalecer a qualidade da criação como um todo. Amanda e Cesár nos ajudaram a destacar 5 desses conceitos:
- Anatomia
- Perspectiva
- Valores Tonais
- Composição e Perspectiva
- Cores

Ei ei, espera aí! A gente sabe que não é tão fácil estudar tantas coisas assim. Como são muitos elementos, paciência, persistência e disciplina são fundamentais para quem quer entrar em áreas de criação criativa.
E para ajudar a manter o foco, separamos 3 episódios do Sala 1604 com dicas e conselhos para quem está se dedicando ao máximo 💜

Anatomia
A anatomia, como a maioria já deve saber, é o estudo das formas e estruturas dos corpos, sejam eles humanos, animais ou até mesmo de criaturas mitológicas. Ela funciona como um guia prático para que as proporções fiquem certas, deixando o modelo mais natural e verossímil.

É importante entender que mesmo que o personagem que está sendo desenvolvido não siga os padrões anatômicos clássicos, seus movimentos e sua estrutura são pensados a partir deles. É aquela velha história de saber o básico pra poder pensar adiante.

Valores Tonais (Values)
Entre todos, este é um dos pontos mais citados no universo das artes. O valor tonal, em inglês values, é a relação de claros e escuros dentro de uma imagem indo do branco, passando pelos cinzas até chegar ao preto, e é um dos melhores recursos para construir a sensação de que algo é 3D em uma imagem.

Suas cores podem não ser as melhores escolhas, mas se estiverem aplicadas dentro de um valor tonal correto, seu trabalho certamente irá manter a qualidade. Quanto mais você dominar e entender os valores tonais, melhor ficarão os seus trabalhos. Veja alguns exemplo em obras do artista Anthony Jones.

Composição e Perspectiva
Como devo enquadrar uma cena? Qual o melhor ângulo para eu mostrar um personagem? Devo usar um fundo claro ou escuro na cena? Como eu acentuo ou escondo um detalhe na pintura? Você provavelmente já se fez alguma dessas perguntas na hora de começar um trabalho, certo?

Todas elas fazem parte do processo de composição e perspectiva. Ou seja, o ato de montar a cena da forma que você deseja, direcionando o olhar do observador para que você comunique sua intenção e ele entenda a mensagem.

Estudos de composição de Victor Hugo Harmatiuk

Mas é óbvio que isso não é tão simples. A composição pode ser feita de muitas formas, usando a proporção áurea ou a regra dos terços, por exemplo. E a perspectiva, por consequência, acaba sendo definida naturalmente.

Ah, uma dica: Uma das melhores formas de estudar a composição e a perspectiva é utilizando a fotografia como ferramenta por:
- Existir muito material de estudo dentro dessa área, e
- Ser muito mais fácil treinar os conceitos aprendidos tirando fotos, já que a maioria das pessoas tem uma câmera no aparelho celular.

Alguns objetos dispostos em cima de uma mesa já vão funcionar como um experImento de enquadramento, ângulo, proporções e etc.

Cores
Aaah, as cores! Quem nunca teve uma dorzinha de cabeça com elas, não é mesmo? Afinal, escolher as cores que farão parte do seu trabalho é uma decisão importante. Assim como na composição, existem algumas formas de combinar cores, além de várias teorias (como as cores primárias, secundárias, análogas, complementares e assim por diante) que ajudam a dar um direcionamento para “quais são as melhores cores para o meu trabalho?”.

Importante: As cores funcionam à base de algo que nos é muito particular também ” relações”. As cores nunca estão isoladas e sim funcionando sempre dentro de um contexto, com outras cores e tons ao redor.

Mas lembre-se! Apenas estudar essas teorias não é o suficiente! As cores devem ser exploradas e experimentadas. Precisamos dar espaço para brincar com elas e suas misturas, e a partir disso, descobrirmos quais são as melhores combinações para as nossas obras.
As obras do professor Victor Harmatiuk são bons exemplos de aplicação de cor.

Materiais
O que diferencia a madeira da pedra? E o vidro da água? Como podemos diferenciar a pele de uma pessoa e um tecido? A resposta, na verdade, é bem simples: Materiais.

Para ficar mais fácil de entender, podemos comparar os materiais a texturas. Eles são elementos que permitem dar mais vida e/ou realismo ao trabalho e saber diferenciá-los, assim como conhecer um pouco de suas propriedades, é fundamental para saber trabalhar com eles durante a pintura.

Exemplo do uso de materiais por Amanda Duarte

Ah, lembra do que falamos sobre a observação? Neste fundamento dá para entender um pouco melhor a sua importância na pintura como um todo. Sem ela, desenvolver os materiais pode ser um um grande desafio.

Criatividade
Quando o assunto é relacionado à indústria de entretenimento, dificilmente vamos fugir desse tópico! A criatividade é uma das bases mais importante para qualquer criação artística, e com a pintura digital não é diferente.

A criatividade funciona como uma forma do ser humano se expressar através de uma criação, assim como uma ferramenta para solução de problemas de maneiras não tão convencionais. Diferente dos outros fundamentos que foram mencionados, ela não é algo que possa ser de fato ensinada. O que se pode fazer é exercitá-la! Escute um dos nossos podcasts sobre isso.

“Então é só isso? Não preciso de mais nada para fazer pintura digital?”

Calma que não é bem assim! Esses são só alguns dos principais fundamentos e dentro de cada um deles existem variáveis que dão mais qualidade ao trabalho de uma forma geral.

Antes de partirmos para os próximos tópicos da matéria, que abordaram os softwares indicados para trabalhar com pintura digital e como a área de trabalho está, vamos falar de mais dois elementos que agregam ao trabalho:

Pincéis e Tipos de Pinceladas

Esse é um ponto bem importante na pintura digital. Por ela ser uma mídia que busca reproduzir a tradicional, alguns processos (como as próprias pinceladas) ainda são visualmente artificiais e por isso, é necessário recorrer a diferentes técnicas e tipos de pincéis para conseguirmos simular uma pintura feita com tinta a óleo, por exemplo.

Existem sim programas que replicam estilos como aquarela, óleo, guache e etc, de forma bem interessante, mas, o que estamos abordando aqui não são os programas e sim a relação do equipamento digital com os traços e estilos de pintura tradicional.

Dica: Na hora de trabalhar com a pintura, pense sempre do geral para o específico. Em outras palavras, pense sempre do maior pro menor. Comece com pinceladas maiores e mais soltas marcando as áreas principais, para depois diminuir as pinceladas e trabalhar os detalhes.

Edges (Bordas)

Este é outro tópico que ajuda a dar mais vida a uma pintura, apesar de não ser tão simples de estudar e aplicar. As Edges, ou bordas, são responsáveis por criar a ilusão de profundidade e movimento em um obra. Elas são separadas em 3 tipos:

- Hard Edges (Bordas duras ou rígidas): É onde a passagem de tons entre o elemento e o fundo, por exemplo, é bem marcada e contrastada.

Camel Scouts, por Victor Harmatiuk

- Soft Edges (Bordas suaves): A transição de tons e cores aqui é mais suave, mas ainda é perceptível a diferença entre o elemento e o fundo.

Ainda vida 01, estudo por Gabriel Soares

- Lost Edges (Bordas perdidas): As áreas da pintura estão com os tons tão misturados que não conseguimos distinguir onde começa um objeto e termina o outro. Mas isso não é ruim. A graça disso é que nosso cérebro faz essa conexão invisível das partes. Isso significa que não precisamos ser literais no que estamos reproduzindo e podemos deixar áreas para o observador “ligar” os pontos.

Horsemen, por Victor Harmatiuk

Acho que sobre fundamentos já foi o suficiente por hora, certo? Mas é claro que se você quiser entrar de cabeça nos estudos de pintura digital, nós podemos te dar uma força!

O Mercado de Trabalho

A melhor forma de falar sobre o mercado de trabalho é conversando com artistas que estão diretamente ligados a ele, não acha? E é por este motivo que essa parte da matéria é baseada em nossa conversa com a Amanda Duarte e o César Rosolino.

Amanda trabalha como ilustradora e concept artist em seu estúdio home office, a Limetown Studios desde 2011. Ela e seu marido, o Gustavo, prestam serviços de criação de imagens 2D para grandes empresas de entretenimento, principalmente na área de games.

Atualmente César trabalha como freelancer, produzindo ilustrações para empresas de games mobile e para computador. Seus primeiros trabalhos na área foram em 2011 e desde então trabalha com arte voltada para a indústria de jogos.

Diferentemente das pinturas tradicionais, que eram feitas com o intuito de decorar lugares ou registrar momentos epessoas importantes e etc, as pinturas digitais não são tão específicas quando falamos do mercado do entretenimento.

Elas podem ser feitas simplesmente como ilustrações e prints, assim como podem fazer parte de filmes, publicidades, séries, animações, jogos e assim por diante. Quando falamos no mercado de trabalho da pintura digital, na verdade, estamos falando do mercado de entretenimento de uma forma geral.

Sabe a nossa matéria sobre Concept Art? Para tentar deixar tudo bem claro, escolhemos exemplos visuais com uma pegada mais tradicional, ou seja, muitos traços e poucas cores. Mas é claro que nem todos os concepts são assim! Na verdade, hoje em dia a maioria dos concepts criados são feitos através da pintura digital. Veja o que estamos falando nos concepts de Daniel Baker para o filme “Animais Fantásticos e Onde Habitam”.

É por este motivo que podemos dizer que concept art e pintura digital são duas coisas que andam juntas. E é a partir disso que entramos nos principais setores onde a pintura digital é utilizada hoje em dia, segundo nossos artistas de apoio.

Games
Como você deve ter lido mais acima, tanto a Amanda quanto o César fazem um trabalho bem voltado para a indústria de jogos. E isso vai desde concpet art até ilustrações para a embalagem do jogo, por exemplo. Segundo a Amanda, essa procura por parte das produtoras de jogos se justifica por ser uma área que está crescendo e desenvolvendo-se cada vez mais rápido.

Como dissemos, concepts são uma das opções que podem ser trabalhadas com a pintura digital e dentro da indústria de games isso está bem presente. Além de personagens, cenários e props, a indústria de jogos permite, como comenta César, a possibilidade de trabalhar com card games, criando ilustrações para as cartas, jogos de Moba, fazendo ilustrações de cada personagem e suas skins, assim como alguns trabalhos promocionais e artes que aparecem dentro do próprio game. Veja alguns exemplos.

Publicidade
A Publicidade é outra área que se destaca bastante. Amanda já teve experiências trabalhando com pintura digital para o setor de publicidade e propaganda e conta que apesar de ser um mercado de grande demanda, ele é muito instável e nem sempre funciona bem como fonte única de renda.

Editoriais
Quando falamos de editoriais, estamos nos referindo à ilustrações presentes em livros (didáticos ou não). Este setor, na verdade, gera uma certa discordância entres nossos artistas de apoio! Amanda menciona a área de editoriais consegue destacar-se e ser um bom investimento para os artistas que trabalham com pintura digital, principlamente porque a produção de livros está sempre se renovando. Já César acredita que este é um setor de menos destaque, por ser uma área que está se perdendo muito, graças a era digital, e diminuindo cada vez mais.

Parte do livro ilustrado "Harry Potter e a Pedra Filosofal"

Pensando nisso, podemos dizer que existe sim uma demanda dentro da área de editoriais, o que não significa dizer que ela é muito grande. Diferentemente dos games, o setor de editoriais não é algo de muito destaque no mercado, além de que, nos dias de hoje, o setor editorial de uma forma geral tem sofrido com uma grande crise. O que se pode concluir é que, apesar de dividir opiniões, o setor de editoriais pode ser um investimento.

Além dos setores que destacamos, podemos encontrar a pintura digital em filmes, séries e animações. Como é o caso do Napo, primeiro curta da nossa irmã Fish Films. E é claro, podemos encontrar a pintura digital apenas como uma forma de arte, representando personagens que gostamos, lugares, objetos e momentos.

Ilustração feita para o curta Napo, da Fish Films, por Rayner Alencar

Os Softwares

Agora que você sabe o que é importante para um bom trabalho, vamos conversar sobre onde começar suas pinturas! Existem inúmeros softwares disponíveis dedicados à ilustrações e cada artista pode adaptar-se de formas diferentes a cada um deles. Sem contar que alguns preferem trabalhar com as tablets tradicionais, outros com a cintiq e há ainda quem tenha preferência pelo Ipad Pro. Tudo isso acaba tendo influencia na escolha pelo melhor sistema.

Boa parte dos ilustradores produz as suas obras utilizando o Adobe Photoshop, um softwares que permite a criação de composições livres e apresenta a maioria das ferramentas necessárias para a pintura. Mas isso não significa que ele é o melhor disponível no mercado. Além dele, o Adobe Illustrator e o Paint Tool SAI são outras boas opções.

Antes de finalizarmos é importante reforçar que por mais que nós estruturemos todas estas informações de forma linear, o aprendizado deve ser pensado como uma grande espiral. Após fecharmos um ciclo de conhecimento, voltamos um pouco atrás para rever alguns dos conceitos, vamos pra frente, voltamos, e assim por diante.

De forma mais prática: Posso dominar as formas, values , composição e cores. Mas, de repente, me dou conta que meu conhecimento sobre anatomia precisa melhorar e aí, eu volto pro início do processo que é desenho. Estamos sempre vendo e revendo os fundamentos. E não tem nada de errado nisso! É assim que melhoramos e dominamos cada vez mais as etapas de produção.

Por fim, separamos alguns livros e materiais que podem ajudar nos seus estudos sobre pintura digital. Além, é claro, de uma galeria com vários artistas que mandam muito bem na pintura digital! Se você tiver alguma dúvida sobre o tema, pode deixá-la nos comentários que responderemos o mais breve possível 💖

REFERÊNCIAS DE LIVROS

  • ALLA PRIMA: EVERYE I KNOW ABOUT PAINTING, RICHARD SCHMID
  • COLOR & LIGHT: A GUIDE FOR THE REALIST PAINTER, JAMES GURNEY
  • FIGURE DRAWING: DESIGN AND INVENTION, MICHAEL HAMPTON
  • SUCCESSFUL DRAWING, ANDREW LOOMIS
  • CREATIVE ILLUSTRATION, ANDREW LOOMIS

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