Podemos dizer que o ano de 2019 foi recorde em filmes dirigidos por mulheres no top 100 filmes de maior arrecadação do ano, com um total de 12%! Esses dados são resultados do estudo comandado pela pesquisadora Stacy L. Smith, em parceria com a USC Annenberg Inclusion Interactive, que registra a participação feminina na indústria cinematográfica de Hollywood desde 2007.
Em 2018, sua pesquisa apontou que a mesma participação feminina estava em 10,8% dos filmes de maior arrecadação, mas apesar dessa marca histórica, a média incluindo os resultados desde 2007 ainda é muito baixa, de 4,8%. O aumento da participação feminina aumentou mais no último ano principalmente por causa de filmes que foram co-dirigidos por mulheres, como Frozen 2, de Jennifer Lee e Chris Buck, e Capitã Marvel, de Anna Boden e Ryan Fleck.
Dos 12 filmes de maior arrecadação dirigidos por mulheres, quem se destacou nesse cenário foi a Universal Pictures, produzindo 5 deles: “Abominável” de Jill Culton, “Queen and Slim” de Melina Matsoukas, “A Chefinha” de Tina Gordon, “Juntos Para Sempre” de Gail Mancuso e “Harriet” de Kasi Lemmons. Smith também declara “this is the first time we have seen a shift in hiring practices for female film directors in 13 years” – essa é a primeira vez que vemos uma mudança nas práticas de contratação para diretoras de filmes em 13 anos.
Sua pesquisa também registram a quantidade de pessoas não brancas que atuam como diretores e diretoras de filmes de Hollywood. O maior percentual desse recorte foi em 2018, com 21,4% dos filmes de maior arrecadação dirigidos por pessoas não brancas, enquanto este ano este número caiu bastante, para 16,8%. Entre eles, 4 são mulheres negras e pardas, as diretoras que já mencionamos antes Melina Matsoukas, Tina Gordon,Kasi Lemmons e a diretora de “Breakthrough”, Roxann Dawson.
Infelizmente, Smith aponta que, apesar da maior representatividade de mulheres negras e pardas que tivemos no último ano, a média dessa parcela de profissionais ao longo dos registros da pesquisa é menor que 1%.
Ela ainda fala um pouco sobre todos esses números que têm sido levantados, que apesar de terem uma tendência a crescerem, ainda não bastante baixos: “While 2019 is a banner year for women, we will not be able to say there is a true change until all women have access and opportunity to work at this level” – enquanto 2019 foi um ano marcante para as mulheres, nós não podemos dizer que há uma mudança real até que todas as mulheres tenham acesso e oportunidade de trabalhar neste nível (de direção de filmes).
Smith cita como exemplo disso a Netflix e o Festival de Cinema de Sundance. A empresa de streaming teve mulheres como diretoras de 20% de seus filmes, mostrando sua preocupação com a representatividade de gênero. Já o Festival de cinema de Sundance, nos Estados Unidos, tem números ainda mais promissores, com 34,5% das produções participantes sendo dirigidas por mulheres entre 2015 e 2019.
Você pode conferir mais informações sobre os últimos resultados da pesquisa de Stacy Smith no artigo original da The Wrap, por Thom Geier.