Como artistas, sempre esperamos que a criatividade funcione como uma fábrica de ideias perfeitas: joia após joia, forma-se uma linda série de alto padrão onde todos os projetos atingem seu potencial máximo. Mas convenhamos... não é assim que funciona no mundo real.
Há quem diga que é falta de esforço, mas geralmente algumas das nossas ideias não são mesmo tão boas quanto nós as visualizamos em nossas mentes. No entanto, ainda depois do fracasso, fica a ponta de dúvida no fundo da consciência — e se eu tivesse feito de outro jeito? E se ela ainda pudesse ser resgatada?
Não temas mais, meu Revolucho, porque hoje vamos te entregar 9 dicas quentinhas para nunca mais sofrer com ideias que se vão pelo ralo; tenha em mente que sim, você tem toda a capacidade de transformar aquilo que deseja em realidade, e com nossas instruções, você facilmente se tornaria o Da Vinci do nosso século.
Mas antes de mais nada…
Só vamos segurar as pontas. Realmente acreditamos no potencial de todos os artistas, mas queremos deixar claro que se pressionar para ser tão genial quanto os grandes nomes do mundo da arte não vai ajudar de qualquer forma. Tenha sempre em mente o seu próprio parâmetro e lembre-se que, às vezes, você só precisa de uma pausa. Sem mais delongas!
Spoilers dos tópicos pros impacientes:
- Criatividade com hora marcada
- Quantidade > qualidade
- Explore, re-explore e re-re-explore
- Manda a ver no que você tem de melhor
- Ambiente de trabalho também importa
- Todas as ideias, sem exceção, são válidas
- Saindo da zona de conforto
- Não se faz feijoada com macarrão...
- Em busca de novas referências
1. Criatividade com hora marcada
Você cria cronogramas? Gosta de seguir agendas? Se você já tem um horário para todas as tarefas e acha que não tem tempo para ser criativo, talvez esteja na hora de separar esse tempo para ser criativo.
Isso mesmo, não tem problema nenhum em reservar uma hora do dia para fazer as coisas que quer. Se você se programar bem, vai começar a praticar a sua criatividade nos horários que quiser. E não é sobre se obrigar a criar nos horários marcados, mas sim sobre saber reservar alguns minutinhos onde você não precise se preocupar com qualquer outra coisa além da arte.
Agora, se você não se dá bem com cronogramas e passa muito tempo à toa, quem sabe você não determina um horário específico para começar e terminar as tarefas criativas? As coisas vão ficar bem mais simples e leves depois que você estabelecer isso.
2. Quantidade > qualidade
Centenas de pessoas dizem todos os dias que, ainda que tenham muito trabalho feito, o que foi feito não é bom. Você é um dos que acha que todos os seus projetos finalizados são de baixa qualidade? Bem, aqui vai um conselho um pouco duro: não importa.
O ideal é que você pratique, independentemente se a qualidade não for digna do padrão Disney. Quantidade é sempre, infinitamente melhor do que qualidade, Revolucho, então se lembre sempre de valorizar o que você faz, e faça mais e mais disso, seja o que for. O importante é feito, não perfeito.
3. Explore, re-explore e re-re-explore
Imagine o seguinte: você teve uma ideia incrível, maravilhosa, perfeita, mas quando presta um pouquinho mais de atenção nos detalhes, percebe que ela já foi explorada antes (às vezes por estúdios grandes e famosos). Você fica triste porque outras pessoas desenvolveram a ideia que estava na sua cabeça e agora estão recebendo o crédito por ela. Fim.
...
Tá, e qual é o problema?
Quando você pega um clichê e decide explorá-lo de novas formas, de vários jeitos, você consegue desconstruir as ideias até que elas estejam simplificadas. Assim você vai compreender qual é o núcleo da ideia e quais são as possibilidades de explorá-la até que o clichê se transforme em algo original. Já imaginou se todos antes de você tivessem desistido de suas ideias simplesmente porque alguém já as teve antes?
4. Manda a ver no que você tem de melhor
Ficou à toa? Acha que já aprendeu tudo o que precisava? “Esse é o último capítulo sobre arte que lerei em toda a minha vida, pois já aprendi tudo o que precisava”. Muitos artistas dizem não conseguir produzir arte ou aprimorar suas habilidades porque acreditam que maximizaram suas técnicas. E sim, às vezes isso é realmente verdade. Qual o próximo passo?
Continuar a fazer o que você sabe.
Praticar aquilo que você já conhece é uma ótima maneira de manter a habilidade afiada. E, honestamente, se não quer se esquecer de algo que aprendeu, é realmente melhor que não pare de fazer isso tão cedo. Nunca, nunca tem como praticar demais.
Não é possível estar hiper preparado para algo: é sempre bom praticar mais e mais, não importa quanto tempo você passe revisando aquilo que já aprendeu a fazer. Então, em caso de dúvida, faça de novo aquela atividade, só pra manter tudo na ponta da língua!
5. Ambiente de trabalho também importa
Tá se sentindo desmotivado e ainda não descobriu o que pode ser o problema? Pois bem, a solução é bem simples para quando você se sente borocoxô, e a minha dica é: hora de mudar os ares!
O ambiente de trabalho suga nossas energias, seja um escritório ou seu quarto. Sempre vamos reproduzir aquilo que estamos consumindo, e isso vale para o que vemos, ouvimos e tocamos constantemente.
E se você se sente entediado sempre que se senta na frente do computador, que tal dar um tapinha no visu do ambiente? Compra aquele Funko Pop, muda a cor da lâmpada, reorganiza os livros atrás do PC, faça qualquer coisa pra dar uma nova cara para sua área de trabalho.
6. Todas as ideias, sem exceção, são válidas
Essa aqui é uma ótima ideia, e isso vai te salvar alguns estresses posteriores algum dia, Revolucho. Sabe aquela noite em que você teve uma ideia incrível e decidiu deixar para anotar quando acordasse? Sim, é óbvio que você deveria ter anotado ela antes de pegar no sono!
Contraditoriamente, nem sempre nossas ideias agendam um horário antes de bater na porta. Às vezes elas funcionam como inquilinos chatos que te perturbam às 3h da manhã, mas temos muitos recursos hoje em dia que facilitam a possibilidade de anotar uma ideia mesmo na cama (alô, bloco de notas!).
A criatividade não marca hora para lapsos de inspiração. Senta nessa cama e escreve num papel, nem precisa ser bem feito ou totalmente detalhado. Só precisa ser o suficiente para você se lembrar da ideia na hora de reler!
Teve uma ideia esquisita no banho? Coloca ela no papel. Teve uma ideia esquisita no ônibus? Anota ela no papel. Não interessa! Acredite: um dia você vai me agradecer por essa dica.
7. Saindo da zona de conforto
Encontrou um beco sem saída? Acredita mesmo no fim da linha? Bem... é hora de sair da zona de conforto e aprender algo novo, meu Revolucho.
Se você já aprendeu tudo de arte digital, que tal aprender um pouquinho de 3D? Se você já aprendeu tudo de piano e não sabe o que fazer em seguida, que tal aprender um pouquinho de violão? Essa dica é incrível para você ver como a sua mente criativa se comporta em diferentes contextos e com diferentes ferramentas.
8. Não se faz feijoada com macarrão...
Essa dica é muito, mas muito parecida com a anterior, porque ela segue o mesmo princípio de buscar entender como a sua criatividade reage quando tem ferramentas diferentes para trabalhar. Já pensou em pintar com aquarela? Sabe aquela caneta diferentona que você nunca usou para desenhar? E se você começasse a escrever seus livros em blocos de papel, e não apenas num documento de texto no computador?
Usar ferramentas e materiais diferentes vai te inspirar a arranjar novas soluções de acordo com o contexto atual, Revolucho. Ninguém faz feijoada com macarrão, então sim, suas ideias podem estar privadas ao formato como são desenvolvidas. Esse é o momento de catar aquela parada que você nunca usou na vida e testar logo pra ver como funciona! Pode ser a solução que você estava esperando cair do céu.
9. Em busca de novas referências
Agora, quero que você entenda uma coisa. Não existe o fundo do poço quando se trata de criatividade. Muita gente já andou por aí dizendo que achava ter aprendido tudo o que podia a respeito da área que estuda, e eu sei o que eu disse lá em cima sobre isso ser uma possibilidade. Mas quer saber?
É impossível você dizer que já sabe tudo, porque sempre, sempre vai ter algo novo para você estudar. Então se você sente que já atingiu seu potencial máximo como artista, talvez esteja na hora de olhar para lugares diferentes e procurar novas referências. Ainda tem muita coisa no mundo pra você explorar e descobrir. Quem sabe não é assim que você descobre uma nova paixão?
Tem um Auautoral falando sobre essas dicas, e você pode assisti-lo clicando aqui.