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Guia de Economia Criativa para Artistas

Giana
Publicado em
16 de novembro de 2020

Você já ouviu o termo Economia Criativa? Pois, saiba que o seu trabalho de artista está dentro dela!

A matéria prima dessa economia é a criatividade e a cultura, que alcança um duplo valor:

econômico e cultural. Envolve as atividades baseadas no capital intelectual, ou seja, tudo o que é criação e que gera oportunidades para indivíduos, empresas, regiões e países para impulsionar o crescimento através de geração de empregos. Ou seja, quando fomentamos nossa comunidade artística aqui no solo brasileiro, também podemos falamos que estamos movimentando a economia dentro do setor.

A Economia Criativa é formada pelos recursos criativos que potencializam o desenvolvimento e promovem a inclusão social, a diversidade cultural e o desenvolvimento humano. Fazem parte diferentes tipos de criatividade: artística, econômica e científica, que impactam em aspectos econômicos, culturais e sociais.

Por ser um assunto muito abrangente, muitos pesquisadores trabalham com uma abordagem em uma visão de cadeia. Nessa cadeia encontram-se as chamadas indústrias

criativas. Leonardo Brant, no livro Mercado Cultural, engloba a cadeia criativa em todos os níveis, ou seja, todos são importantes e cumprem um papel fundamental e complementar. Para ele, a cadeia engloba criadores e produtores, organizações culturais, empresas investidoras, poder público, imprensa cultural, meio acadêmico e público consumidor da cultura. 

Figura 01: Fluxograma da Cadeia da Indústria Criativa no Brasil – FIRJAN

A Economia Criativa é um setor estratégico e dinâmico, tanto do ponto de vista econômico quanto social, com vários benefícios para a sociedade desde aumento de emprego ao fomento da diversidade cultural. Começou a se estruturar através do Plano Nacional da Cultura PNC/MINC, que consiste em mapear os segmentos culturais.

De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), as cadeias produtivas são compostas de ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços. Pode ser dividida em três grandes áreas:

O núcleo criativo: conjunto de atividades econômicas que utilizam idéia como instrumento principal.

Atividades relacionadas: atividade que diretamente geram bens e serviços ao núcleo.

Apoio: ofertantes indiretos de bens e serviços

Para Leonardo Brant, estudioso da economia gerada pela cultura, o conceito é melhor definido em espirais culturais. Todos os elementos da cadeia são ligados uns aos outros e todos crescem com o aumento da cadeia, pois a base estrutural garante a consolidação. Isso quer dizer, que há o crescimento de todo o sistema, que está conectado entre si. E a cadeia criativa é composta por empresas, instituições, produções e serviços que usam a criatividade e o capital intelectual como fonte de renda e trabalho. As atividades relacionadas com cultura, lazer e criação se constituem hoje como o setor econômico que mais cresce, mais gera renda e emprego com melhores salários. 

“Trata-se ainda de um conjunto de cadeias de valor que apresenta baixo consumo de recursos naturais e alto impacto na formação do capital humano, na produção de bem estar social e na dinamização de outros setores da economia”. Sá Leitão

Esse crescimento não é só o econômico, mas também o capital social adquirido quando diferentes culturas de um país de dimensões tão grandes quanto o Brasil tem condições de encontrar seu nicho nas cadeias produtivas. Embora iniciativas como o mapeamento das cadeias culturais do Brasil, realizada pela Firjan, sejam extremamente importantes por trazer dados necessários para o estudo do setor e também pela complexidade da tarefa, ainda assim apresentam um olhar acostumado às cadeias produtivas tradicionais, não percebendo ou não querendo perceber a não-linearidade dessa cadeia produtiva.

Por exemplo, considerando as artes digitais, podemos dizer que ela circula por vários segmentos: editorial, games, design, audiovisual e publicidade. 

E porque é importante ficar atento? Enquanto artista, para mostrar a relevância do que produzimos e saber quais ferramentas de fomento estão disponíveis. Vários governos, desde o municipal até o federal, tem secretarias para desenvolver os profissionais e o mercado que está dentro da Economia Criativa. Com certeza, estando melhor informado, você pode articular redes de artistas e melhorar muito seu networking.

Dados que todo artista precisa saber sobre a Economia Criativa:

  • os setores criativos empregam mais que o setor automobilístico no Brasil
  • o PIB gerado pelas Indústrias Criativas é de 2,64% 
  • o setor cresceu entre 2013 e 2017 a uma taxa média anual de 8,1%, bem acima do conjunto da economia
  • em 2015 empregava diretamente 851,2 mil profissionais, embora o mercado seja formado por profissionais autônomos e informais na grande maioria
  • de acordo com pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, se a economia criativa fosse um país, teria o quarto maior PIB, de 4,3 bilhões de dólares.
  • todo ano é realizado o Mercado das Indústrias Criativas no Brasil (MICBR) e há uma versão internacional chamada MICSUR, onde criadores apresentam suas produções em rodadas de negócios para investidores

Algumas instituições importantes para as artes digitais estão alinhadas com o Sebrae na Economia Criativa: Apro - Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais; Abragames - Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais; Bravi - Brasil Audiovisual Independente; Ancine - Agência Nacional do Cinema e BGD - Brasil Games Developers.

Conheça mais:

Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, Caderno de Economia Criativa do SEBRAE, Panorama da Economia Criativa no Brasil, Manual de Questões Jurídicas de Empresas de Games, Manual de Direitos Autorais para Games e I Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais

E aí, você já tinha ouvido falar desse termo? Quer trocar uma ideia ou tem alguma pergunta?  Se sim, responde aqui nos comentários que a gente continua o assunto. 🙂

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