Um dos temas abordados durante a 4ª edição do Revonow Conference, nosso evento online e gratuito de palestras sobre a área de artes digitais, foram os Motion Graphics. Apesar de não ser algo tão recente no mercado, a palestra com o professor Bruno Saad fez surgir vários comentários a respeito do interesse na área e, por este motivo, é sobre isso que falaremos essa semana, focando no início de uma carreira.
Se você não conseguiu acompanhar o Revonow Conference, fique tranquilo! Você pode clicar aqui e assistir a palestra com explicações mais detalhadas para entender melhor sobre o que estamos falando.
O que são Motion Graphics?
Você provavelmente já viu alguma animação como essa ao lado, certo? Talvez não uma simpática maçã fazendo exercícios e sim um anúncio públicitário antes de um vídeo no youtube ou durante as lembranças que aparecem no facebook.
Você provavelmente já viu alguma animação como essa ao lado, certo? Talvez não uma simpática maçã fazendo exercícios e sim um anúncio públicitário antes de um vídeo no youtube ou durante as lembranças que aparecem no facebook.
Essas animaçãos são, basicamente, o que chamamos de motion graphics (ou motion designs). Podemos dizer, então, que os motions são praticamente uma área da animação que mistura príncipios e técnicas do design gráfico, ilustração e vídeo para transmitir informações e passar ideias de uma maneira mais interessante e chamativa.
Em quais áreas eles são usados?
Pode até parecer que o motion se restringe a um grupo muito fechado de animação quando falamos que a sua principal função é passar informações de maneira mais atrativa. Mas, na verdade, é exatamente por este motivo que esta é uma área ampla.
Quando pensamos nas aplicações dentro do mercado atual, produções de marketing digital, publicidade e design para web são os três setores que mais se destacam. Vídeos que apresentam atualizações de redes sociais, introduzem um novo produto ou marca e divulgam informações são exemplos de como eles podem ser usados.
Além disso, eles podem ser desenvolvidos em produções de design de interface (como quando ícones do computador se expandem no momento em que o mouse passa por cima), filmes e vídeos (esse é o caso de vinhetas, legendas, transições e infográficos animados em canais do youtube e livestreams).
E não podemos esquecer de mencionar que eles também podem ser aplicados como uma forma de suporte em eventos, como simulações dentro de empresas, competições esportivas e shows musicais. O que nos leva a um outro caso.
Motion graphics para shows, normalmente, seguem uma outra forma de uso que não está, necessariamente, ligada ao príncipio de passar uma informação. Neste caso, estamos falando de motions feitos para a admiração visual. Da mesma forma que algumas ilustrações são feitas apenas para serem bonitas, alguns motion graphics são feitos apenas para serem observados.
Para saber sobre isso com mais detalhes, assista a palestra que o professor Bruno Saad apresentou no Revonow Conference.
Carreira
Agora que você já sabe o que são os motion graphics e como eles podem ser aplicados dentro do mercado, vamos pensar em como tornar-se um bom profissional dentro da área, segundo três pontos principais:
- Qual é a função de um motion designer
- O que é necessário para atuar na área
- Quais são os caminhos para entrar no mercado
O Motion Designer
Não existe muito segredo em relação ao o que faz um profissional de motion graphics. Pensando na definição do que os motions são, fica claro que o profissional desta área, chamado de motion designer, é responsável por desenvolver animações misturando elementos gráficos, textos e o que for melhor para o que está sendo produzido.
É importante ressaltar que, dentro da indústria, os motion designers não trabalham totalmente sozinhos. Dentro de uma empresa de grande porte, por exemplo, o designer deverá criar animações a partir de ideias e concepções que foram discutidas entre o cliente e o diretor de arte. Além, é claro, de participar de outras etapas do processo de criação, como a construção do conceito da animação e dos elementos, storytelling e identidade visual.
O que é necessário conhecer para tornar-se um bom profissional?
- Ter conhecimento de técnicas de composição: Pensando que o objetivo principal dos motion graphics é transmitir informações de forma cativante, dominar quais elementos ficam melhores juntos, quais cores devem ser utilizadas e tipologia dos textos, por exemplo, é muito importante;
- Ter inglês intermediário ou avançado, principalmente para manter-se atualizado dentro da área (a maioria das referências são de profissionais de fora do país);
- Conhecer os princípios básicos da animação;
- Ter habilidades com desenho e entender de sombreamento, criação de perspectiva e enquadramento de elementos;
- Ter uma forte bagagem cultural e carga criativa: Apesar de ter que seguir ideias pré-estabelecidas, o motion designer precisa de sua mente para desenvolver as animações e colocar em prática tudo o que foi pensando. Por este motivo, ter referências visuais e ser criativo são aspectos fundamentais;
- Conhecer técnicas de ilustração 2D e 3D;
- Conhecer os softwares utilizados no mercado: Os softwares, nada mais são, do que as ferramentas que você deverá usar para criar as suas animações. Dentro da indústria de motion graphics, os mais usados são o After Effects e o Cinema 4D (para motions em 3D).
É óbvio que isso não é tudo. Independentemente da área escolhida para atuar, é necessário dedicar-se e lembrar que a área de artes digitais está em constante renovação, ou seja, aprimorar os conhecimentos e técnicas e ser aberto a novas propostas faz parte.
Caminhos para entrar no mercado
Estude através de referências
Não é mais motivador estudar quando se tem um objetivo? É mais ou menos isso que você deve pensar quando for estudar e aprimorar a sua técnica. Busque uma referência (uma arte que você ache extremamente incrível) e, a partir disso, estude para chegar em um resultado semelhante. A questão aqui é não ter medo de procurar técnicas e maneiras diferentes de criar suas animações.
Dica: Para achar referências que relamente façam sentindo para os seus objetivos dentro da área, conheça os diferentes estilos de motion graphics que existem e onde eles podem ser aplicados.
Pontos importantes para estudar:
- Como é o fluxo de trabalho da área (quais são as etapas da produção e como cada uma delas se conectam?)
- Técnicas específicas para a produção de cada tipo de motion design
- Técnicas de animação e ilustração 2D e 3D
- Correção de cor
- Finalização
- Tendências e inovações no mercado
Monte um portfólio
Ter um portfólio é um dos elementos mais importante para qualquer artista, afinal, é através dele que as pessoas terão conhecimento das suas habilidades dentro da área.
Você pode montar seu portfófio tanto em PDF quanto em sites online, em plataformas como o Behance e o Dribbble, ou em sites próprios. O importante é que eles sejam acessíveis e mostrem de forma dinâmica todos os seus trabalhos.
Dica: Considerando que estamos falando de animações, é importante desenvolver um demo reel. Ele funciona como um portfólio em forma de vídeo, ou seja, animado, com prévias de produções que já foram feitas por você.
Aprenda a lidar com o mercado
Em outras palavras, aprenda a comunicar-se com os clientes, a fazer orçamentos, cronogramas de trabalho, a solucionar problemas de forma rápida e eficiente e, principalmente, a utilizar ferramentas de trabalho coletivo. Dropbox (para compartilhamento de arquivos), Trello (para gerenciamento de projeto) e Slack (para comunicação) são bons exemplos.
REFERÊNCIAS DE VÍDEO
REFERÊNCIAS DE SITES
Andreas Wannerstedt – www.andreaswannerstedt.se
Beeple – www.beeple-crap.com
Greyscalegorilla – www.greyscalegorilla.com
Layer Lemonade – https://www.layerlemonade.com
SlimJim Studios – www.slimjimstudios.com
REFERÊNCIAS DE LIVROS
The Illusion of Life: Disney Animation (Você pode assistir o vídeo animado de mesmo nome clicando aqui)
The Animator’s Survival Kit
Você também pode escutar o episódio #51 da Sala1604, sobre a área de motion graphics.