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O que é um Storyboard?

Julia Eiko
Publicado em
26 de maio de 2020

O que é um Storyboard?

A presença do storyboard dentro do processo de criação, tanto de mídias apenas visuais, quanto audiovisuais, é fundamental. É a partir dele que a narração começa a surgir e que algumas noções de como será o produto final começam a ficar mais claras.

Mas o que é exatamente um storyboard? 

Em palavras simples, os storyboards são uma série de ilustrações ou imagens arranjadas, com uma sequência cronológica, feitas com o objetivo de pré-visualizar um quadrinho, jogo, animação, publicidade ou alguma outra forma de mídia audiovisual.

Ele deve interpretar o roteiro já produzido e organizá-lo em uma narrativa visual, marcando as principais passagens da história e a gradatividade/ritmo das cenas. Isso criará uma noção (a mais próxima possível) de como a história será exibida, além de diminuir as dúvidas para as próximas etapas de produção, possibilitando assim, um planejamento e uma execução mais precisa do projeto.

Storyboard
Storyboard - A Princesa e o Sapo

O básico

Para que ele seja eficiente, é necessário pensar em quatro princípios básicos antes de se iniciar os esboços: Ser claro, objetivo, simples e rápido.

Claro e Objetivo

Quando lemos uma história é comum que, depois de um tempo, nos imaginemos dentro daquele universo. As cenas que estão sendo contadas começam a ser colocadas em linha reta em nossa mente e, aos poucos, vamos conectando os lugares e os elementos descritos, até nos sentirmos completamente imersos na história.

O trabalho que o storyboard deve cumprir é algo bem parecido com este processo. O storyboarder (profissional responsável por criar essas sequências de imagens) deve imaginar o mundo que está descrito no roteiro, organiza-lo e arranja-lo para contar a história, sem distrair ou confundir quem irá ler depois.

É  por este motivo que a clareza e objetividade são importantes. Estes elementos permitem que a interpretação da narrativa visual seja completa e simples de entender, facilitando também a revisão do que está ou não funcionando e o que precisa ser modificado antes que a produção comece de fato.

Simples e rápido

Tirando algumas exceções, o estilo artístico de um storyboard é simples, rápido de ser produzido e de imediata leitura, pois, pensando em uma mídia que pode ter alterações a qualquer momento, fica mais fácil de trabalhar com as possíveis mudanças, cortes de cena e/ou adição de conteúdo. Além disso, um esboço simples torna a narrativa mais fácil de ser compreendida.

O que é preciso dominar para entrar nessa área?

O ilustrador que deseja trabalhar com a produçaõ de storyboards, independentemente de qual será a mídia de veiculação do produto final, precisa ter domínio sobre uma série de conhecimentos e habilidades. Confira a lista a seguir.

Conhecimentos
  • Técnicas de desenho: É fundamental que o storyboarder tenha propriedade sobre as mais diversas técnicas de desenho como conceitos básicos de anatomia (não apenas do corpo humano), fisionomia, sombreado, criação de perspectiva e até mesmo enquadramento de elementos.
  • Técnicas de storytelling: Não adianta saber desenhar tudo da melhor forma possível se, no contexto da história, o desenho não fizer sentido! É justamente por este motivo que dominar as técnicas de storytelling (ou narração) é um ponto importante. A narrativa visual se constrói com base nessas técnicas, permitindo que as ilustrações e elementos presentes no storyboard ganhem sentido.
Habilidades
  • Conseguir se adaptar com diversos estilos de desenho diferentes: Ao pensar nas animações “O incrível mundo de Gumball” e “Urso sem curso“, ambos do estúdio Cartoon Network, fica claro o que este tópico significa. As duas animações se diferenciam muito em relação aos seus traços, mesmo pertencendo ao mesmo estúdio e, é por isso, que a área de storyboard necessita que seus profissionais consigam adaptar-se facilmente à diferentes formas de desenho.
  • Ser capaz de trabalhar tanto sozinho, quanto em equipe: Como já foi mencionado, a criação de um storyboard é uma das fases do processo de produção de conteúdos audiovisuais (ou só visuais, como as HQs) que acontece em colaboração com uma grande equipe de profissionais. Portanto, é necessário que o storyboarder saiba trabalhar em conjunto com a equipe. Lembrando que saber trabalhar em equipe não é a mesmas coisa que ser dependente dela! O ilustrador deve ter autonomia quando necessário.
  • Aceitar críticas: Ser orgulhoso não é uma das melhores escolhas, independente de qual área profissional se está inserido. Estar disposto a mudar o seu trabalho após um feedback construtivo é uma característica admirada dentro da profissão.
  • Ter uma boa comunicação: Não apenas na ilustração mas também, com a equipe que está desenvolvendo o trabalho.
  • Ser criativo: Umas das habilidades mais importantes! É no storyboard que algumas características visuais (como traços marcantes de algum personagem, por exemplo) são construídas e, muitas vezes, sem estarem pré-determinadas no roteiro. Vai de cada artista interpretar o personagem e colocar a sua criatividade no trabalho.

Vale a pena ressaltar que, graças a modernização dos estúdios e do próprio processo de desenvolvimento, o ilustrador que quer trabalhar com a área de storyboards deve ter domínio sobre alguns softwares utilizados para a produção de desenhos digitais como o photoshop e o illustrator. 

E como está o mercado?

O profissional que pretende trabalhar como storyboarder no Brasil vai se deparar com um mercado, principalmente, envolvendo a área de animação e publicidade e propaganda, com o storyboard publicitário.

A área de animação, com produções dentro de estúdios, necessita dos storyboards como parte fundamental da produção. Por este motivo, e por ser uma área que está em constante crescimento no país, o mercado para storyboarders dentro da área de animação é amplo. O mesmo acontece com a área de publicidade e propaganda. A demanda tem sido cada vez maior e o mercado, cada vez mais aberto e com novas oportunidades.

E é claro que setores como quadrinhos e produtoras de games também têm suas demandas no mercado mas, por serem áreas ainda em desenvolvimento, as oportunidades não são tão grandes.

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