Pode parecer uma fotografia, mas é Archviz. O Fotorrealismo na computação gráfica é uma técnica que tem a intenção de alcançar o máximo de realismo possível, chegando até a ser confundido com a fotografia. Esse é um objetivo para muitos artistas da computação gráfica, e é também um dos efeitos mais difíceis de alcançar. A técnica é muito popular e bastante solicitada para os profissionais da área, pois o mercado está cada vez mais exigente e nota-se a necessidade desse tipo de artista no campo dos efeitos especiais para filmes/animações/games, modelagem arquitetônica, publicidade, entre outros.
Devemos destacar uma área que está ganhando muito destaque é a visualização arquitetônica ou Archviz (Industry Visualization Architectural) que é a visualização 3D de construções, como prédios e casas. Este tipo de trabalho é intensamente utilizado por arquitetos para facilitar a visualização de um projeto de modo que possa ser aprovado pelo cliente. Este tipo de modelagem pode ser feita em softwares como Maya, 3Ds Max e SketchUp e cada um tem suas particularidades, vai do gosto do freguês. O renderizador mais utilizado é, de longe, o Vray.
Archiviz não é apenas sobre como fazer edifícios. É um conjunto de fatores: é sobre utilizar modelagem e materiais fotorrealistas, usar a luz para transmitir emoções e dar vida a uma cena estática e representar a visão do arquiteto sobre a construção, seja para convencer o cliente ou para desafiar limites na criação do próprio portfólio. Então, para você se inspirar, selecionamos um TOP 10 de artistas archviz. Segue aí:
Tamas Medve
Tamas, é arquiteto e ilustrador no MIR há três anos, estúdio de visualização arquitetônica referência no todo o mundo. Atualmente mora em Bergen, Noruega. Seu trabalho pessoal é muito criativo. Recentemente, ganhou um prêmio como melhor imagem non-commissioned no CGAwards.
Seu trabalho “Cloned to be different” foi criado para mostrar o processo da archviz para um amigo e foi realizado no prazo de, pasme, 3 semanas. Ao invés de dar uma introdução chata sobre as ferramentas do programa, Medve resolveu envolvê-lo no processo de criação. Passou semanas pesquisando e uma das maiores dificuldades foi mostrar de uma forma natural os vários clones espalhados pela cena.
Para Tamas, na hora da criação são fundamentais: uma pesquisa sólida de referências, a busca por concepts e a medida certa para saber inserir o estilo próprio. O artista também utiliza muitos efeitos atmosféricos, névoas que adicionam uma história para a imagem. Os softwares mais utilizados por ele são o 3Ds Max, o Vray e o Photoshop.
Para quem ficou muito curioso com o trabalho do Tamas, olha aqui um tutorial bem bacana.
Nicollas Krunitzki
Nicollas é brasileiro, mais especificamente de Santa Catarina, e o motivo de ele estar nesse TOP 10 é o nível de realismo de materiais e luz alcançados. Seu trabalho “Atelier” foi um dos finalistas da competição do Cgawards de 2016. Foram utilizados os softwares 3Ds Max, V-Ray e Photoshop e o tempo de renderização foi de nove horas e cinquenta e cinco minutos.
O Artista é formado em Design de Produto e tem experiência com modelagem, texturização e renderização fotorrealista com 3D e Pós-produção com Photoshop. Atualmente trabalha no estúdio Fuel Design 3D.
Joel Langveld
Joel Langveld é o autor da obra “Japanese Rainshower” que fez em seu tempo livre no estúdio A2, uma agência de visualização arquitetônica na Holanda com muitos projetos desafiadores. Atualmente, mora em Amsterdam.
A arte foi feita com base em um concept de Alexander Daxböck. A atmosfera com o conhecido fog europeu foi influenciada pelas condições climáticas de Amsterdam que, na opinião do artista, “deixa tudo mais poético”. A composição com as lâmpadas chinesas acabam por acrescentar um ar oriental à imagem.
Joel realizou este projeto com os software SketchUp, V-Ray e Photoshop e postou um breakdown, com referências e detalhes sobre o processo: Making of Japnaese Rains Showers.
Andrii Rodych
Andrii é ucraniano, desenvolve uma produção de visualização 3D desde 2005 e atualmente trabalha na 3DVisDesign Company. Em seu trabalho, destaca-se o cuidado com os detalhes para que a imagem se assemelhe ao mundo real, de modo que o artista desenvolve a abordagem individual para cada projeto.
A imagem de Rodych foi a ganhadora do Project Soane, patrocinado pela Nvidia, e o objetivo era Retratar o Banco da Inglaterra. O projeto foi realizado em dois dias com os softwares 3DsMax, Corona render, Vray e Photoshop. O artista utiliza a luz quente para dar equilíbrio a cena, conseguindo transmitir a real atmosfera de Londres.
Alex Roman
Alex é o queridinho dos artistas da modelagem arquitetônica, então você provavelmente já ouviu falar dele. O espanhol ficou muito conhecido por um curta full-CG que mescla técnicas de foque e desfoque às visualizações 3D, características intrínseca da fotografia. Nascido em 1979, Roman estudou pintura tradicional, mas quando conheceu a computação gráfica em 1993, mudou sua área trabalhando para VFX e mais tarde passou a se dedicar só a archviz. Para Roman, a arquitetura desempenha um papel enorme na nossa vida, não se trata apenas de uma fine art. É por esse motivo que dedica sua carreira a criar estas instalações com muita competência, unindo a arte e a técnica.
Podemos notar como Alex trabalha com as luzes, sombras e transparências. Suas composições são incríveis. Dá pra notar que o artista valoriza a iluminação, os shaders e a correção de cor em seus trabalhos. Seus projetos são realizados com 3Ds Max, Vray, AfterEffects para composição e correção de cor e Adobe Premiere para edição.
Confira esse curta do Alex Roman
Diego Querol
Diego Querol é um artista 3D que mora na Espanha e trabalha em seu próprio estúdio, fazendo trabalho de design de interiores e arquitetura através das ferramentas de visualização 3D. Seu trabalho foi reconhecido no ano de 2013 com a imagem “The Japanese” que ganhou o prêmio de melhor ArchViz na revista 3D World e em 2015, quando venceu uma competição no 3DAwards, com a imagem ”Arts&Crafts”.
O projeto (é a imagem aqui embaixo) reproduz o ateliê de um artista. O que mais chama atenção é a desorganização dos elementos em cena e as cores vivas e chamativas. Tudo parece bagunçado mas, ao mesmo tempo, organizado. Algo que incomoda nas visualizações arquitetônicas de artistas que estão começando é que tudo parece limpo e perfeito, então também é por essa diferença que o trabalho de Diego Querol se destaca, seus objetos parecem usados e velhos (nessas horas a textura é bem importante). O artista também utiliza cores vibrantes para realçar o espaço, que com certeza foram das grandes responsáveis pela construção da harmonia nessa cena, A maior parte dos modelos foram encontrados no 3dsky.org e customizados pelo artista.
Thomas Dubois
Por que não fugir do óbvio e compartilhar uma arquitetura Sci-Fi? Thomas começou a compartilhar seus projetos Sci-Fi futurísticos nos fóruns em 2012 e, desde então, vem se dedicando a essa área. O jovem artista francês é apaixonado pelo desenho desde criança. Depois de adulto, se formou como arquiteto, mas sua paixão o guiou para produzir histórias e cenários 3D.
Para criar seus projetos, Thomas e seu irmão, Alexandre Dubois, estudante de literatura, e seu grande amigo, Pablo Garcia, fazem uma pesquisa completa: sketches, aquarelas e até criam textos com o background das histórias. O planejamento facilita muito o trabalho na hora da execução.
Os softwares utilizados são: Cinema 4D, Vray e Photoshop.
Victor Bonafonte
Victor é arquiteto, artista CG e CEO do estúdio Beauty And The Bit, situado em Madrid, Espanha. Ele começou sua carreira como arquiteto, mas em 2007 se interessou pela visualização arquitetônica e pela capacidade de criar histórias através de modelos 3D. Então, após ser demitido de seu trabalho como arquiteto, fundou o estúdio que trabalha até hoje. Começou com um único computador e, um ano depois, com a ajuda de postagem em fóruns, Bonafonte conseguiu um grande cliente da França e alguns prêmios online, até fazer com seu estúdio fosse reconhecido como uma das maiores empresas de archviz do mundo.
É impossível ficar indiferente às suas imagens. Seus projetos são organizados, mas conseguem contar uma história que atrai os olhos e o coração do observador. Victor não deixa sua imagens inertes, são espaços vivos que parem habitáveis.
Thi Lima
Reconhecido nacional e internacionalmente pelo nível de fotorrealismo alcançado, Thi Lima é brasileiro e oferece cursos online em português e espanhol (http://thilima.com.br/). Graduado em design gráfico, é fascinado por 3D desde criança, cresceu querendo trabalhar com videogames. Aprendeu as técnicas dessa área sozinho, utilizando programas como Maya e 3Ds Max, fazendo testes de renders e mostrando para seus amigos.
Ao longo de sua trajetória como artista, trabalhou em empresas de publicidade 3D, mas preferiu seguir independentemente e cada vez mais melhorando suas habilidades. Atualmente, ele trabalha em consultoria para empresas 3D, workshops e aulas online. Seu curta Butterfly ficou muito conhecido por seu render incrível e suas brincadeiras de foque e desfoque. É interessante notar que algumas sequências mostram uma leve tremida, como se simulassem alguém filmando as cenas com uma câmera na mão. Os softwares utilizados são: 3Ds Max, Zbrush, Marvelous Designer, Vray, Octane e Corona (ocasionalmente).
Rudolf Herczog
Herczog é um aclamado artista digital freelancer. Nasceu na Hungria, mas atualmente mora na Suíça. Ele começou a trabalhar com 3D em 1999. Seu trabalho é reconhecido mundialmente, e marcou presença em várias publicações como 3D Total, Digital Art Masters, Ballistc Publishing’s Exposé e 3D World Magazine. Sua arquitetura é focada em ficção científica e fantasia. O artista também faz muitos trabalhos de mattepainting para VFX.
O trabalho abaixo é chamado ” The Third Village ” e é uma mistura de vários tipos de arquitetura. Rudolf utiliza os softwares Bryce, Cinema4D e Maxwel.